terça-feira, 8 de março de 2011

Bocas Rebocadas

Eu e ela
Entre velas
Vestida em trapos
Olhando os gatos
Janela aberta
E boca esperta
Um beijo doce
Como se fosse
Geleia de amora
Em tarde de aurora
Um cheiro de flores
Transmitindo amores
E cores colorindo horrores
O samba da poesia
A cerveja e a alegria
Lábios quentes e perto
E uma leve nostalgia
Olhos nos olhos
Transmitindo magia
Chico ao fundo 
Relatando o mundo
Um desejo proibido
Mas profundo e bonito
A janela fechada 
E as mãos apertadas
O ar abafado
E a fumaça embaçando
Olhos fechados 
E rostos colados
Corações desesperados
A espera de um beijo
A ser selado
Agora um beijo fugaz
Em que uma garota
Fez o papel do rapaz

O que Vive no Pote

Querido Francisco 
        no cinza do olho
                    tem cisco.

Foto

Intensa e pura é a arte de escrever com a luz.
É leve fotografar o imóvel e esquecido.
O antigo que se paralisa na memória.
Que é morto mais querido, belo.
Um risco escrito no tempo, que grandiosamente se cobre de poesia e raízes.
Um moldura verdadeira que traz historias e sentimentos.
Fotografar faz despertar mistérios na retina do olhar.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Morena

Menina baiana
Que gosta de blues
Torceu o pé e morreu na cruz.
Agora mortinha
Nem samba nem blues.

Uma prévia da Ausência

Sinto saudades
Do que ainda não vivo
Do que está por vir
E que vai chegar.

Choro porque sei 
Que vou sofrer
Que vai doer
E vai matar.

Samba Doce de Amar

Penso logo não durmo
Sentindo ausência de alguém
De noite em cima do muro 
Lembrança vindo de trem
No fundo escuro do rio
Menina bela á dançar
Balança vestido bonito
Num samba doce de amor
Faz minha cabeça rodar.